Hoje estivemos a pensar um pouco sobre a manipulação da liberdade de uma pessoa, em particular sobre as drogas.
Analisamos um documentário com alguns testemunhos (também aqui do blog) e refletimos sobre as consequências de cada uma das drogas que já ouvimos falar...
Ao falar de canabis discutimos que em alguns estados dos EUA, o seu uso é permitido para fins terapêuticos. E nós em Portugal?
"Legalização da canábis, um debate sóbrio
[...]Já este ano foi aprovada no Parlamento português a legalização do uso de canábis para efeitos medicinais (Lei n.º 33/2018), contando para tal com os votos favoráveis de todos os partidos, excepto o CDS (que se absteve). A nova lei atribuiu ao Infarmed a missão de regular e supervisionar todas as actividades relacionadas com a produção e venda do produto, incluindo autorizar a produção em Portugal, havendo já várias plantações em actividade e dezenas deprojectos de investimento sob análise, atraídos pelas condições propícias à produção no território nacional.
[...] A desdramatização do tema também beneficia do facto de estarem hoje bem estabelecidos na literatura médica os efeitos terapêuticos da canábis (alívio da dor crónica, redução da náusea em doentes em quimioterapia, entre outros).
A ênfase dada aos benefícios terapêuticos não ilude várias outras questões que se colocam neste debate.
Do ponto de vista da saúde e da segurança pública, a canábis apresenta problemas que se assemelham aos do álcool e/ou do tabaco: o seu consumo aumenta a probabilidade de acidentes rodoviários, pode provocar problemas durante a gravidez, e prejudica a aprendizagem, a memória e a atenção, podendo ter efeitos negativos de longo prazo nos casos de consumo intenso na adolescência. Existe também evidência robusta sobre riscos acrescidos de desenvolvimento de esquizofrenia e outras psicoses, decorrentes do uso abusivo de canábis.
[...]Apesar dos passos que já foram dados, a legislação actualmente em vigor não resolve os problemas relacionados com o mercado negro e a criminalidade organizada, os riscos associados a produtos adulterados, a perda de receita fiscal potencial, as importações desnecessárias e, acima de tudo, a uma abordagem pouco clara, incoerente e inconsequente sobre o consumo de canábis. Estamos em condições de dar um passo em frente neste debate. "
Excerto do artigo de Ricardo Paes Mamede (Economista e professor do ISCTE-IUL) no Diário de Notícias.pt, dia 18/12/2018
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/18-dez-2018/interior/legalizacao-da-canabis-um-debate-sobrio--10334573.html
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