"Era uma vez
um homem que tinha sido operado. Quando saiu do recobro foi levado para um
quarto do 3ºandar.
Quando
acordou deparou-se com um companheiro de quarto. Não o conhecia, mas todos os
dias, o homem, que se encontrava de frente à janela descrevia o que via lá
fora. “Hoje está um dia radioso, as crianças brincam no parque. Os pássaros
esvoaçam junto às árvores.
Naquele
banco está sentado um casal de velhotes. Como estão felizes! O grupo de
crianças que joga à bola hoje ainda não apareceu. E lá ao fundo um casal de
namorado faz um piquenique.”
Curiosamente,
o homem nunca recebia visitas. Parecia que não tinha família. Não sei. Nunca
disse nada a respeito de si próprio. Apenas era muito correto com todos e todas
as descrições que fazia da janela, eram absolutamente sublimes e cheias de detalhes.
O
companheiro de quarto aguardava sempre a hora de tarde a seguir ao almoço, para
ouvir a descrição do que estava para lá da janela.
Todos os
dias novas aventuras surgiam na janela.
Mas, chegou
um dia que o homem não resistiu à sua complicação cardíaca e faleceu. O
silêncio reinou naquele quarto e não mais se voltou a ouvir as histórias do que se passava para lá da janela.
Então o homem lembrando-se do colega resolveu
perguntar se podia deslocar a sua cama para frente da janela quando o
inesperado aconteceu.
No momento em que a enfermeira colocou a cama
de frente para a janela, o homem deparou-se com um enorme muro de betão.
Nada mais havia ali, a não ser um enorme muro
de betão."
E tu? O que vês da tua janela?
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